28 de março de 2010

SE EDUCADORES SOMOS, EDUQUEMOS POIS!

Muito me espanta, o espanto que causa à mídia burguesa manifestações protagonizadas por educadores em greve.
Desde o início do capitalismo que os trabalhadores lutam por melhorias das condições de trabalho e melhores salários.
Se há alguns anos professores não eram encarados como trabalhadores, o neoliberalismo enterrou os últimos vestígios do sacerdócio.
A mídia que ridiculariza e estereotipa o educador em suas novelas, que o trata como dispensável quando cria o “amigo da escola”, é a mesma que se ruboriza quando os proletarizados e pauperizados mestres atuam como trabalhadores/educadores que são. Trabalhadores conscientes exigem seus direitos, que normalmente só são conseguidos com lutas extremas. Educadores conscientes além de lutar por seus direitos educam com suas ações. Se queremos um mundo sem explorados, fraterno e solidário, socialista portanto, temos de lutar por ele.
Nesse sentido a luta dos educadores de São Paulo deve ser exaltada e apoiada por todos. Todos aqueles que vislumbram uma sociedade em que os trabalhadores não sejam distinguidos por suas funções no mundo do trabalho, mas sejam todos trabalhadores e educadores.

TRENS DO RIO: UMA REAÇÃO LEGÍTIMA DE QUEM SÓ É DESRESPEITADO!

“Muito se fala da violência das águas do rio que a tudo arrasta,
mas nada se diz das margens que as cerceiam.”
Bertold Brecht

Só quem nunca andou de trem, como vários jornalistas dO Globo, membros da justiça e da polícia do Rio de Janeiro, pode desconhecer o desrespeito e as péssimas condições em que viajam milhares de cariocas todos os dias nos trens suburbanos da antiga Central do Brasil e criminalizar uma atitude espontânea de resposta de uma massa já há muito “enlatada” nas precárias composições que “circulam” invariavelmente atrasados, quando não “quebram” ou avariam.
A pane ocorrida na quarta-feira, dia 24 em Saracuruna (de uma Baixada já tão relegada) foi somente o detonador de uma explosão entalada nas gargantas de quem já não agüenta mais se deslocar durante horas para vender sua força de trabalho tão longe e que além de todos os problemas, chegam até a ser espancados.
Só pessoas muito comprometidas com as privatizações e com o capitalismo mais reacionário poderiam vislumbrar uma atitude planejada dos passageiros nesse episódio. Incendiaram o trem usando desodorante, essa arma pirotécnica tão avançada.
Esse povo demonstrou o que é ser protagonista da história, reagiu a anos de desrespeito, cansado de ser tratado como gado.
A esses senhores que atacam os trabalhadores em seu legítimo direito de resposta aos desmandos da “Super”via eu sugiro que viagem só uma semana (não toda uma vida como os trabalhadores da Baixada e da Zona Oeste) nos horários de pico nos trens dessa empresa e depois relatem se não tiveram também a vontade de incendiá-los.