15 de maio de 2010

DIREITOS HUMANOS PARA AS CALENDAS GREGAS!

O recente recuo do governo Lula no texto da proposta de Programa Nacional dos Direitos Humanos, desnuda três aspectos fundamentais desse governo. Em primeiro lugar a inapetência para a implementação de políticas mais radicais no sentido da democratização e humanização de nossa sociedade. Bastou a grita da Igreja, da grande mídia, dos milicos e do grande latifúndio e nem a defesa por setores populares de medidas que pudessem minimizar o caráter desumanizante do capitalismo brasileiro, atrasado secularmente com relação à países capitalistas mais centrais, para que o que é uma aspiração histórica dos setores progressistas fosse esquecido e apagado do texto inicial. Bastou que esses setores atrasados e comprometidos com o golpe militar de 64 pegassem o chinelo para que o governo recuasse com o rabinho entre as pernas.
Um segundo aspecto que caracteriza o governo Lula é a via que escolheu para fazer prevalecer suas propostas. A discussão com a sociedade, com o movimento popular organizado, com os sindicatos e entidades representativas dos trabalhadores nunca ocorreu. O campo privilegiado de debate tem sido com o Congresso, usando e abusando da troca de favores.
Em terceiro lugar, o governo quando confronta os interesses da classe dominante, costumeiramente foge da disputa. Aposta no consenso de classe. E como não existe consenso possível entre classes sociais antagônicas, acaba cedendo aos interesses da classe dominante.
Com mais essa capitulação e cedamos mais e mais vidas de trabalhadoras aos abatedouros a que recorrem para fazer o aborto que o Estado continuará a tratar como crime. Às castas privilegiadas sobram clínicas DOOR.
Continuaremos privilegiando uma religião em detrimento de outras, discriminando as profissões de origem afro-brasileiras e também quem não tem nenhuma religião.
Reforma agrária e controle sobre a podridão enfiada goela à baixo da população por uma mídia vendida é uma quimera, ainda muito distante da realidade.

10 de maio de 2010

INDIGNIDADE NO TRANSPORTE POPULAR!

A população trabalhadora do Rio de Janeiro, e com certeza do Brasil, sofre com o transporte coletivo e de massas.
Só quem já ficou até horas esperando um ônibus, teve de andar quilômetros por sobre os trilhos e dormentes após a avaria de trens, precisou de kombi sem a mínima condição de rodar, sabe o que é a indignidade a que está submetido.
Recorro novamente a esse tema, pois recorro todos os dias a esse meio de transporte.
É indigno ficar esperando uma kombi velha, caindo aos pedaços e quando ela passa o motorista lhe mostra aquele gesto característico de cheio. Você se sente preterido, excluído, relegado. É assim que se sentem milhões de cariocas que em suas comunidades utilizam esse tipo de transporte.
É indigno se acotovelar em ônibus lotados e viajar em pé da Zona Oeste ou da Baixada até o centro da cidade numa Av. Brasil sempre engarrafada. Você se sente invadido, vazio de privacidade, violentado.
É indigno viajar num trem do metrô super lotado, a ponto de não poder levantar o pé e ler e ouvir propagandas da empresa desfiando todas as supostas qualidades de um transporte caro e sem qualidade. Você se sente humilhado e enganado.
Em todos esses momentos o sentimento de impotência, de engodo e de indignação se apodera da gente.
Não podemos nos adaptar a esse modelo e engolir nossa indignação com a indignidade que nos é imposta!