9 de junho de 2011

RESPOSTA À EPÍSTOLA DO LÍDER HIERÁRQUICO DA METRO IV AOS SUBALTERNOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS!

As escolas estaduais da Zona Oeste, receberam no dia 1° de junho, uma carta do Sr. Ricardo Morais, diretor “pedagógico” da Metropolitana IV, cobrando o lançamento de notas no Conexão Educação. Até aí nada demais.
É tarefa do capataz, cobrar o máximo e oferecer o mínimo. É tarefa do lambe-botas, apoiar a extrema exploração dos trabalhadores em troca de algum capilé. É tarefa do capitão-do-mato, defender o senhor e punir os escravos. Estamos acostumados.
O que causa espécie é a nova forma com que o cupincha do governo vem se reportar aos profissionais da educação.
Diz o senhor Ricardo, que o não lançamento das notas, que para ele é uma “obrigação”, “culminará com sua [do professor] própria desqualificação profissional”.
Assevera ainda o Sr. Ricardo (que diz ser concursado de 2004), que mesmo tão novo na rede já nos diz o que fazer com tanta empáfia, que é como nós, reles docente. Mas apesar disso é um de nossos “líderes hierárquicos”.
Não fala o senhor diretor “pedagógico” sobre a autonomia pedagógica, fundamental a nosso fazer cotidiano. Não cita o senhor Ricardo Morais, diretor “pedagógico” sobre a impossibilidade de exercemos nossa profissão com dignidade com 50/60 alunos em sala de aula (o que em dia de avaliação faz com que alunos sentem nos corredores). Não verbaliza o pau mandado, senhor Ricardo, diretor “pedagógico” da Metro IV, que hoje temos que preparar os alunos para diversas avaliações externas, numa pasteurização que faz inveja às sociedades mais fechadas e autoritárias.
Sr. Ricardo, volte para sua Universidade, leia os pedagogos comprometidos com a classe trabalhadora. Depois disso (e entendendo a educação como um ato político) opte pelo lado dos explorados e volte para sala de aula. Não se rebaixe, em troca de alguns caraminguás, à esse papel ridículo e vexatório.

5 de junho de 2011

PARA ACABAR COM A POBREZA? MATEM OS POBRES!

PARA ACABAR COM A POBREZA? MATEM OS POBRES!

Parecia que eu estava lendo um panfleto nazista ou eugenista do século passado (não que eu já tenha lido um), mas era no jornal “ogrobo” mesmo.
Em editorial publicado ontem, o jornal da elite brasileira, mais uma vez confirma o que já temos denunciado há tempos: um dos grandes inimigos hoje em dia das classes dominantes é a população pobre. O outro é o movimento popular organizado.
Analisando o novo programa do governo Dilma “Brasil sem miséria”, o jornal anuncia 16 milhões de brasileiros vivendo ainda em extrema pobreza. Até aí nenhuma novidade, já estamos acostumados a ler sobre esses índices cavernosos quando se trata das mazelas brasileiras, o novo anacronismo “grobal” se é que isso pode existir, está no fato do editorial dizer que o programa só poderia vingar caso associado fosse com um programa de planejamento familiar.
Muitos poderão argumentar que um programa de planejamento familiar num país como os nosso é fundamental. O jornal, resume-se contudo, a discutir o tamanho das “proles” das camadas a serem beneficiadas pelo programa, que para ele é o grande propulsor da pobreza. Planejar, para o guardião da “moral e dos bons costumes” não significa ter total domínio sobre sua vida, mas diminuir a quantidade de filhos que um pobre possa ter.
Não é a mais absurda concentração de renda e a extrema exploração a que estamos submetidos, os causadores da pobreza do nosso povo.
Não são os séculos de discriminação racial, a expulsão do pequeno camponês de suas terras, a maior concentração de terra que se tem notícia no mundo os alavancadores da miséria de nossa população.
Para acabar com a pobreza basta matar os pobres. Basta reeditar a política de afogar os pobres no rio da Guarda.
O editorial termina com a frase: “MAS a pobreza e a miséria têm mesmo de ser atacadas.” Mais sensato seria: o pobre e o miserável têm mesmo de ser atacados.
Faria mais sentido, pois hoje quem mais põe em risco a estabilidade do sistema são os pobres.