20 de fevereiro de 2010

CULTURA PLENA? ABAIXO O CAPITALISMO!

É absurdo o poder que algumas empresas detêm num país capitalista monopolista como o nosso, e como esse poder influencia aspectos tão variados de nossas vidas.
Essa influência vai desde a exploração que sofremos nas fábricas, quando parte do que produzimos é apropriado pelo capitalista que controla os meios de produção, até o controle do estado, com suas leis, polícia e exército.
O futebol não foge a regra. Espetáculo que movimenta milhões de reais é monopolizado por grandes grupos econômicos. O torcedor/espectador/consumidor é refém dos interesses meramente mercantis desses grupos.
Pois vejamos. Os horários dos jogos são determinados pela empresa de televisão. Não interessa que horas terminem as partidas, meia-noite ou 1 hora da manhã. Não interessa que hora comece o jogo, pode ser 11 ou 16 horas, independente da temperatura ou do grau de exposição ao sol por parte do público ou atleta (protagonista do espetáculo). Quando o jogo é transmitido pela televisão até a paliativa parada técnica é proibida.
A responsabilidade pela venda de ingressos também é de empresas, o que faz com que os pontos de venda sejam reduzidos, para diminuir custos, ocasionando filas e transtornos na hora da compra.
Os serviços dentro dos estádios são péssimos. Comida de qualidade duvidosa por um preço astronômico e a proibição de entrarmos com a própria comida e bebida.
O monopólio do transporte também exerce seu poder. Quando o jogo termina muito tarde não há transporte para a zona oeste e baixada fluminense. A segurança inexiste. Quando um dos protagonistas é aquele time, o risco de violência é enorme. Para quem usa o trem, até descer na estação torna-se uma epopéia, já presenciei torcedores do Botafogo serem espancados nas estações de Realengo e Padre Miguel por bandidos encapuzados com camisas daquele time, após jogos que sequer tinham sido entre os duas equipes.
A diversão e a cultura só serão direitos plenos dos trabalhadores quando os meios de produção também estiverem em nossas mãos. Precisamos entender que só assim mudaremos todos os aspectos de nossas vidas. Desde os que obviamente relacionamos ao estado, até os que achamos exteriores à luta política. Devemos pois, relacionar toda reivindicação, por mais imediata que seja, à reivindicação mais histórica que é a emancipação da classe trabalhadora.

18 de fevereiro de 2010

BRUXAS CONTEMPORÂNEAS.

Parece piada, mas é verdade. Parece coisa da idade média, mas saiu ontem. Parece coisa de uma republiqueta de bananas, mas é na Itália.
Um dos 10 mandamentos da religião católica agora deve virar lei nos campos e quadras italianas. Atletas estão proibidos de levantar o nome de deus em vão. Como se em vão fosse xingar quando um companheiro perde um gol feito ou quando um adversário marca um ponto quando poderíamos tê-lo evitado.
Pilhérias à parte é vergonhoso que senhores desocupados, ou quem sabe ocupadíssimos, percam tempo legislando sobre o ilegislável (será que isso existe?). Senhores preocupem-se com a bíblica picaretagem da arbitragem (rimou) e com o aliciamento de imberbes jogadores terceiro-mundistas feito pelos clubes italianos. Não juntem coisas que nunca deveriam ter estado juntas. Deus, se é que existe, não deve dar a mínima para o que os jogadores falam ou que deixam de falar numa partida de futebol. Deve estar mais preocupado com os milhares de mortos no Haiti, com os famintos nordestinos brasileiros, com a prostituição infantil ou com os presos de Guantánamo.
Já não basta o desserviço prestado pela igreja durante a inquisição ou no apoio aos golpes militares latino-americanos?
Já não é suficiente o ópio que essas religiões inoculam nas mentes de bilhões de pessoas mundo afora?
Poupe-nos de seu falso moralismo e vasculhem seus esgotos à cata de fetos. Será um tempo muito melhor gasto!

A MÉDIA DA MÍDIA!

A imparcialidade da imprensa é sem dúvida um dos maiores mitos da contemporaneidade. Seja em qualquer setor da mídia, um fato pode sofrer as mais antagônicas interpretações.
Hoje por exemplo leio em um diário esportivo, que estou pensando seriamente em deixar de fazê-lo, que aquele time foi isso, que foi aquilo, que jogou mais, que o Botafogo só tinha uma jogada, que o super-homem do jogo foi um jogador deles e que o futuro pertence a outro jogador deles, que Abreu e Fábio Ferreira são irmãos cara-de-pau e que aquele time perdeu porque o árbitro é um trapalhão.
Me respondam uma coisa, seus descarados! Se em um jogo de basquete, a única jogada de um time é arremessar de 3 pontos e esse time vence o outro que tem um arsenal ilimitado de jogadas, de quem é o mérito? Se em um jogo de vôlei, um time só joga com bolas altas na ponta de rede e vence de outro que joga com bolas altas, bolas rápidas no meio, bolas de antes da linha dos 3 metros, quem é o melhor?
Mesmo que o Botafogo tivesse jogado como os cegos desse diário disseram, não viram duas ou três defesas que o goleiro deles fez em chutes à queima-roupa de Herrera ainda no primeiro tempo, em bolas infiltradas, ainda assim o mérito seria nosso.
Em outro artigo, dizem que para cada torcedor alvinegro havia 10 urubus, outra mentira deslavada. Mas que houvesse, se a torcida deles é 35 vezes maior que a nossa, era para ter 35 torcedores deles para cada nosso. É uma questão matemática. Coisa que o obtuso “repórter” talvez não entenda.
Façam a média com os 35 milhões de “leitores” que torcem para aquele time, mas tenham um pouco de dignidade e compromisso com a verdade.

VITÓRIA COM MORAL!

Sublime, delícia, delírio...
Como definir a vitória maiúscula de ontem?
Sim, pois a despeito de não termos feito a melhor das partidas (continuamos a errar muitos passes, o Alessandro continua afunilando pelo meio quando temos a posse de bola, o LF continua atrasando os contra-ataques, ... ) ganhamos do atual campeão brasileiro, tido e havido como o bicho papão desse e de outros campeonatos, e mais, ganhamos com autoridade. Nem o juiz dessa vez conseguiu fabricar o resultado, apesar da ânsia em prejudicar o Botafogo, anulou um gol nosso e queria expulsar o Fahel que sequer passsara próximo a jogada que na visão daquele, fora faltosa, quando deveria expulsar pelo menos dois jogadores do outro time, que pararam contra-ataques botafoguenses com faltas duríssimas e não foram sequer admoestados.
Os problemas com o time e o clube não podem ser esquecidos, mas vencer o império do mal é muito, mas muito prazeroso, além de prestar um serviço ao país, que fica mais alerta quanto aos atos do governo, da rede globo e dos patrões, pois a cada vitória daquele time, doses cavalares e por que não dizer paquidérmicas, de anestésico são injetadas no povo.
Agora que venha o bacalhau, para devolvermos com juros e correção monetária os 6X0 do outro dia.

15 de fevereiro de 2010

SOBRE O CONCLAT

Em plenária realizada no dia 30/01 durante o Fórum Social Mundial em Salvador, foram aprovados critérios e datas do Congresso da Classe Trabalhadora, o CONCLAT,para a fundação de uma Central Sindical, que organize os trabalhadores em sua luta contra os patrões e governos (tarefa que as tantas centrais existentes não podem e não se propõem a executar). O Congresso será realizado nos dias 5 e 6 de junho na cidade de Santos e, de acordo com os critérios aprovados, o SEPE-RJ terá direito a cerca de 250 delegados. A forma de escolha dos delegados será discutida pela Direção Estadual e remetida aos Núcleos e Regionais.
É importante que toda a militância de esquerda, que não compactuou com a capitulação da CUT e suas congêneres, participe dos debates que antecedem o CONCLAT.
Em recente Seminário, a Direção Estadual do SEPE-RJ aprovou a realização de um grande debate na Capital, assim como 6 debates descentralizados nas diversas regiões do estado: Norte/Noroeste – Campos; Serrana – Friburgo; Médio Paraíba – Volta Redonda; Baixada – Caxias ou Nova Iguaçu; Lagos – Cabo-Frio; e Grande-Rio – Niterói. Esses debates não impedem, ao contrário, estimulam a realização de outros em Núcleos e Regionais.
Também é importante ressaltar que as centrais chapa-branca (CUT, CTB, etc...), para tentar enganar e confundir os trabalhadores convocam também um conclat para a mesma época, já no intuito de fazer campanha para Dilma Roussefff.

14 de fevereiro de 2010

QUESTÕES BOTAFOGUENSES

QUESTÕES BOTAFOGUENSES
Às vésperas da semifinal contra aquele time, algumas perguntas não querem calar. Onde está o fundo de investimento prometido pelo presidente? Por que jogadores são contratados e não jogam (caso Cajá)? Por que a descaracterização do Engenhão como Estádio do Botafogo? Por que um setor do Estádio tão mais caro que somente em jogos muito especiais poderão lotar? Por que uma comida tão cara e de má qualidade como a que temos em nosso Estádio? Por que tanta dificuldade na compra de ingressos e de entrada no Estádio?
Após um período de euforia e otimismo que experimentamos pós-95, o que temos visto depois dos últimos 3 anos de vice-campeonatos e perigo de descenso é a frustração e a sensação de que fomos lesados.
A torcida quer um time que tenha coragem, vontade e condições de ganhar títulos. Quer uma diretoria que honre as tradições alvinegras, não seja refém de empresários e não engane os botafoguenses.
Apesar de todas as nossas reivindicações, estaremos na ressaca da 4ª feira de cinzas, torcendo pelo Fogão no Maraca.

GRES S/A

GRES S/A.

Quem, como eu, não assiste um desfile de escola de samba pela televisão há algum tempo, pode achar que está em data errada. Explico. O desfile de “nossas” escolas de samba mais parece o desfile “cívico” de 7 de setembro, os “foliões” perfilados, obedecendo um script, se movimentando sincronizadamente, com tempo e espaço previamente definidos para os “passos” de antemão previstos.

Se antes o carnaval era um momento de diversão e extroversão, hoje obedece uma lógica de produção capitalista fordista. Todos arrumadinhos, obedecendo seus lugares na grande fábrica GRES. Assim como no nosso futebol, a tv estipula horários e dias de desfile para que sua grade ( esse termo nunca foi tão bem empregado ) não sofra alterações.

Ao ver esse espetáculo deprimente, eu me pergunto: Em que momento o folião se diverte, carregando quase sempre um peso tremendo, não podendo pular como quer, obedecendo a um diretor de ala estressado, cantando um samba em ritmo de corrida de 100 metros rasos?

Hoje em dia, mesmo com a massificação midiática, não nos lembramos do samba do ano passado, sendo mais fácil nos lembrarmos de um samba da década de 70 ou 80. Hoje o Carnaval, como todo produto capitalista, deve ser efêmero e descartado para nova compra no prazo mais curto possível.

A espontaneidade, antes marca registrada do nossa Festa Popular, dá lugar ao enredo encomendado e a sambas que mais parecem jingles de propaganda, enaltecendo supostas qualidades de um determinado produto.

Mas o cúmulo do absurdo foi ver a antiga tradicional Salgueiro pintar "foliões" de preto para representar os negros descritos em "Navio Negreiro" de Castro Alves. É o fim!