13 de abril de 2010

DE IGREJAS E DE POSTURAS.

A religião é o ópio do povo!
Marx

Qual a função social e espiritual das Igrejas (falo aqui das instituições e independentemente dos credos)? Que valores preconizam? Que sociedade vislumbram?
Faço esses questionamentos por conta de uma cena que presenciei outra noite num ponto de ônibus na antiga Estrada Rio-São Paulo, esperando o cada vez mais irregular Campo Grande-Itaguaí, da Expresso Mangaratiba (fiquei mais de 45 minutos esperando o dito cujo).
Uma menininha acompanhada da mãe se postou próximo a uma poça d’água e a mãe a repreendeu para que se afastasse dali, pois algum veículo poderia passar por cima da poça e jogar-lhe água suja. Até aí tudo bem. Mas qual não foi meu espanto quando a mãe usou como argumento persuasivo o fato da filha chegar à igreja e os “irmãos” rirem dela se por ventura estivesse suja.
Que instituição é essa que apenas reproduz o senso comum e possibilita a ridicularização de alguém que por acaso não esteja dentro dos padrões de limpeza e asseio convencionados por seus membros? Que instituto é esse que ao invés de solidarizar-se com alguém em infortúnio o exporia à chacota?
Questiono tendo como elementos apenas um fato corriqueiro. Que dizer da postura dessas instituições diante de situações mais complexas e intrincadas! Qual sua postura e de seus membros diante de assuntos como drogas, aborto, pena de morte, invasão do Iraque, ocupação do Haiti? Será que se norteiam pela fraternidade e solidariedade (a meu entender, inerentes às religiões) ou pelo preconceito e manipulação da mídia capitalista? Causa-me medo a proliferação exponencial das diversas denominações (antigas e recentes) na mesma proporção das mazelas do capitalismo, sem que o povo tenha força e organização suficientes para lhes por fim. E aí cito ambas.
Reafirmemos, pois, a máxima marxista: “A religião é o ópio do povo!”

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