25 de novembro de 2011

A vergonhosa "Lei Luciano Huck"

A gente merece!!!
Edificante. O governador do RJ aparece de corpo inteiro...
A advocacia "dela" tem crescido extraordinariamente.
Vcs imaginam a possibilidade de a Michele Obama advogar?
Pois era uma grande advogada antes de o marido ser eleito.
Agora fica em casa, pois tem ética e pudor.
Aqui isso falta, e MUITO.



(SEM) VERGONHA do LUCIANO HUCK

Luciano Huck contrata escritório da mulher de Cabral e ganha de presente decreto do governador que libera sua casa em Angra.

Mais um caso escandaloso envolve o governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo. É mais uma situação em que um cliente do escritório de sua mulher é beneficiado pelo governador Sérgio Cabral.
Desta vez envolve o apresentador da TV GLOBO, Luciano Huck. O artista tem uma mansão em Angra dos Reis, que foi construída de forma irregular e por isso responde processo movido pela prefeitura do município.
Luciano Huck contratou o escritório de advocacia da mulher de Sérgio Cabral e ?coincidentemente?, o governador assinou um decreto que liberou as construções em Angra dos Reis e na Ilha Grande.

O decreto de Cabral é uma aberração tão grande, que ambientalistas o apelidaram de ?Lei Luciano Huck?, porque beneficiou o apresentador.
Hoje, o jornal Estado de S.Paulo publica a denúncia gravíssima (vejam abaixo). Mais uma denúncia que envolve negócios particulares da mulher de Sérgio Cabral com decisões tomadas pelo governador, que beneficiaram os clientes da esposa. Os jornais do Rio continuam ignorando o assunto.

O Ministério Público estranhamente, diante de tantas evidências, denúncias e fatos comprovados, até agora não se manifestou. Os deputados vão pedir uma CPI para apurar a situação do Metrô que é cliente da mulher de Cabral e teve sua concessão prorrogada por mais 20 anos pelo governador.
E isso é só a ponta do iceberg!
Pois,aguarde que a situação é inusitada.
AGORA, COMEÇA A SE ENTENDER PORQUE O ESCRITÓRIO DA MULHER ADRIANA ANCELMO CRESCEU TANTO,DESDE QUE O SEU MARIDO SÉRGIO CABRAL ASSUMIU O GOVERNO. QUEM PRECISA DE CONTRATOS, DE DECRETOS, DE AUTORIZAÇÕES DO GOVERNADOR ENCONTROU O MELHOR CAMINHO, QUE VEM SENDO CONTRATAR O ESCRITÓRIO DE SUA MULHER.

Amigos, repassem, é a nossa única arma, temos que mudar nosso país.
Como um país tão rico pode ser tão desigual?

Desigual é pouco, o melhor seria dizer : CORRUPTO.

Está cada vez mais difícil acreditar nas pessoas que se 'metem' na política e na gestão das coisas públicas deste país !!!

Sam

23 de novembro de 2011

Universidade Federal do Pará Campus Universitário Castanhal Faculdade de Educação Física Nota de Repúdio

A Faculdade de Educação Física, através do seu Colegiado reunido na data
abaixo, vem, por meio deste, manifestar-se acerca da organização dos "Jogos
Multi Campi" e do Projeto "Esporte na Universidade", ambas ações vinculadas
a aprovação para captação de 2,5 milhões de reais junto à Lei de Incentivo
ao Esporte, pela Pró-reitoria de Extensão (PROEX/UFPA) tornado público pelo
site de notícias da UFPA.

Este Colegiado, desde o ano de 2009, vem regularmente refletindo sobre a
realização de atividades integrativas entre as Faculdades deste Campus,
notadamente no que diz respeito às práticas corporais esportivas. Somado a
isso, já em 2010, a Faculdade de Educação Física/UFPA/Castanhal, passou a
integrar a construção de um projeto de Jogos Universitários Multi Campi, em
conjunto com a Faculdade de Educação Física da UFPA/Guamá e, também, com
diálogos junto a Diretoria de Assistência e Integração Estudantil (DAIE),
Prof. Jose Maia Neto.

Durante este período, a Faculdade de Educação Física de Castanhal construiu
suas ações pontuais no tocante às práticas esportivas, quer para a recepção
de calouros, quer para atividades pontuais, sempre com uma massiva
participação discente. Damos destaque, a título de exemplo, a uma grande
ação esportiva, envolvendo inclusive a comunidade do entorno da UFPA, de
"despedida" do Ginásio Poli-esportivo deste Campus, às vésperas de entrar em
reforma. Ao mesmo tempo, acompanhávamos também as experiências construídas
no Campus da UFPA/Guamá, pela Faculdade de Educação Física/ICED, na
realização dos Jogos Internos.

Para além disso, destacamos o compromisso dos docentes desta Faculdade com o
nome desta Universidade, bem como o acúmulo inegável dos mesmos em sua vida
profissional, quer no campo da execução, quer no campo da pesquisa e
extensão, de ações com o perfil em destaque neste documento.

Entretanto, desde outubro do ano corrente, fomos surpreendidos com a
divulgação das ações e dos recursos acima descritos, conduzidos diretamente
pela Proex.

Desde então, passamos a construir inúmeras tentativas institucionais no
sentido de retomar a relação institucional em torno da realização dos
eventos anunciados pela Proex. Porém, nos deparamos com um "jogo de adia"
quanto ao trato institucional, de tal maneira que acreditamos profundamente
que a Administração Superior, em particular a Reitoria e a Pró-reitoria de
Extensão da UFPA, têm conhecimento da sensação de incômodo e desrespeito
institucional desta Faculdade em torno deste tema. Destacamos alguns fatos:

1. A realização de uma audiência com o Reitor da UFPA, Prof. Carlos Maneschy
em 13 de outubro p.p., em seu gabinete. Esta audiência foi construída junto
à Direção do Instituto de Ciências da Educação (ICED) e, já naquele momento,
destacávamos a sensação de desrespeito institucional na condução deste tema;

2. A visita da Administração Superior ao Campus Castanhal, por conta da
inauguração dos novos prédios do mesmo, e o compromisso assumido durante
esta visita de um contato a ser realizado pela Proex, nos dois dias a
seguir, para uma reunião sobre o tema;

3. A não confirmação desta reunião, em que pese ter sido demanda pelo
próprio Reitor, Prof. Carlos Maneschy, junto a sua assessoria;

4. A convocação de uma reunião com o diretor do DAIE, Prof. José Maia Neto,
através de sua acessória, Srª Célia, no último dia 27 de outubro. Para esta
reunião, foram convocados representantes de todos os Campi da UFPA e tinha
como tema os Jogos da UFPA. Destaque-se que o próprio DAIE/Proex não
compareceu a esta reunião e não nos apresentou qualquer justificativa e/ou p
edido de desculpas (apenas por sua assessoria, que se dirimiu da
responsabilidade desta convocação);

5. Recentemente, a notícia de que a Proex estaria realizando uma consulta
junto a comunidade da UFPA, com o objetivo de conseguir dez mil assinaturas
a favor da realização dos projetos acima mencionados. Destaque-se que esta
iniciativa foi uma demanda de uma das empresas interessadas em doar recursos
(a "Oi Futura") a partir da Lei de Incentivo ao Esporte, na ordem de 360 mil
re ais. Até então, não havia este movimento "mobilizatório".

Importante, por fim, destacar que a expressão tornada pública para os dois
eventos em questão ("Jogos Multi Campi" e "Esporte na Universidade")
carecem, também, de clareza de toda ordem: estrutural, concepção,
planejamento etc. Além do mais, expressam aparentemente (e, não é por demais
destacar, não há disposição da Proex em esclarecer as aparências) o que há
de mais superado no campo da Educação Física enquanto campo de conhecimento
científico e epistemológico, elementos inquestionáveis a estes eventos, já
que se trata de uma Universidade (em sua expressão macro) e de suas
Subunidades, as Faculdades de Educação Física (em sua particularidade).

Esta Faculdade de Educação Física, seu corpo docente e discente,
regularmente se faz presente em eventos de toda ordem, dentro e fora da
UFPA. Em todas estas situações, sempre enfatiza SER da Universidade Federal
do Pará, levando seu nome e vinculando nossas produções e pesquisas à ela.

No contexto que envolve estes "Jogos Multi Campi" da UFPA e o "Esporte na
Universidade", caracteriza-se a pouca, quase nada, importância que esta
Universidade dá a esta produção acadêmica, científica e intelectual de suas
Faculdades de Educação Física e, consequentemente, à formação que se
viabiliza por seu corpo docente.

Neste sentido, expressamos, enquanto Colegiado da Faculdade de Educação
Física da UFPA/Campus Castanhal, esta Moção de Repúdio à forma desrespeitosa
à qual a Pro-reitoria de Extensão da UFPA vem tratando esta Faculdade para
com o tema em questão.

Castanhal, 18 de novembro de 2011.

11 de novembro de 2011

DE HOMENS E DE MENINOS!

Dos seis primeiros colocados no Campeonato Brasileiro, o Botafogo é o que se encontra em condição psicológica mais delicada. Dos seis times é o que se encontra mais abalado em seu moral.
Dos seis é o único que terminou a última rodada em posição inferior da que começou.
Dos seis times, Flu, Fla e Figueirense vêm de vitórias emblemáticas (goleada do Fla em casa e vitórias heróicas de Flu e Figueirense fora de casa).
Corinthians e Vasco, apesar de derrotados (fora de casa), não caíram na tabela. O Vasco, além disso, vem pro jogo de domingo contra o Fogão com o moral lá em cima após golear o Universitário do Peru, revertendo um placar muito adverso da partida de ida da Sul-americana.
Lembreme-nos que o Bota tem ainda a pior tabela de confrontos até o final do campeonato.
Esses são os fatos!
Antes de decretar o fim das possibilidades de título do Glorioso, a constatação feita acima, serve como um incentivo a mais à essa conquista.
A história do Botafogo é recheada de episódios, seja no primeiro título em 1907, com um time de garotos, desbancando times mais experientes, seja em 95, com um time limitado, arrancando um campeonato fora de casa de maneira aguerrida e heróica.
Esse time de 2011 tem tudo para entrar para a história.
Aos homens, as intempéries, percalços e dificuldades são condição “sine qua non” para o crescimento moral e à forja de seu caráter.
Ao fim dessa estrada sinuosa, pedregosa, cheia de intempéries, percalços e dificuldades poderemos saborear o gosto da vitória.
Mesmo que o título não venha, mas que haja daqui até lá muita luta, engajamento, postura e perspectiva de um time que jogue pra frente, combatendo o adversário em seu campo, buscando até o fim mais e mais gols. Que não nos contentemos com um placar miúdo de meio a zero.
É na situação adversa que separamos os homens dos meninos!

9 de novembro de 2011

A DESCOBERTA DE MAIS UM ANTRO!

Depois de Orlando Silva (nome de cantor, mas militante de longa data) o PC do B é alvo de mais uma denúncia de corrupção, desta vez contra o ex-ministro do esporte e atual governador do DF Agnelo Queiroz.
Há alguns anos atrás o slogan do PT era “o jeito petista de governar”, em clara alusão a corrupção que sempre assolou as administrações públicas de governos federal, estaduais e municipais.
O slogan caiu em desuso após as várias denúncias de desvio de verbas públicas, principalmente com o mensalão.
De pedra o PT virou vidraça.
O PC do B, fiel escudeiro de décadas, apesar de divergências em alguns aparatos (UNE, Sindicatos, Centrais Sindicais) tornou-se (tornou-se?) tão voraz quanto seu irmão mais representativo.
Um amigo diz que esses “stalinistas” são como gafanhotos, por onde passam devastam tudo, não deixam um pé de capim, como fizeram no sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro.
A corrupção é condição “sine qua non” à manutenção do capitalismo e esses partidos já capitularam há muito tempo.
Escândalos aparecem todos os dias, lutemos pois, por punição e devolução do dinheiro do povo aos cofres públicos e os condenados à cadeia.

21 de setembro de 2011

REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS MOBILIZADA FAZ ATO EM FRENTE À PREFEITURA!

O SEPE/RJ NÚCLEO DE ANGRA DOS REIS CONVOCOU E A CATEGORIA COMPARECEU EM ATO PÚBLICO EM FRENTE À PREFEITURA PARA COBRAR DA PREFEITURA A MUDANÇA DE REFERÊNCIA PARA OS PROFESSORES 1 E 2.
O PLANO DE CARREIRA VIGENTE PREVÊ QUE OS PROFESSORES 1 (NÍVEL MÉDIO ESPECIALIZADO) DEVERIAM PASSAR DA REFERÊNCIA 203 PARA 204 E OS PROFESSORES 2 (NÍVEL SUPERIOR) DEVERIAM PASSAR D REFERÊNCIA 300 PARA 302, O QUE NA PRÁTICA ELEVARIA O SALÁRIO DOS PRIMEIROS EM 18 % E DOS SEGUNDOS EM MAIS DE 36 %.
A PRESSÃO DA CATEGORIA FEZ COM QUE O SINDICATO DO FUNCIONALISMO MUNICIPAL RECUASSE E CEDEU DOIS LUGARES NA MESA DE NEGOCIAÇÃO PARA MEMBROS DA CATEGORIA.
APESAR DOS MAIS DE 100 PROFISSIONAIS PRESENTES AO ATO, OS PROFESSORES FICARAM DE FORA DA MUDANÇA DE REFERÊNCIA.
A CATEGORIA INDIGNADA FARÁ ASSEMBLEIA AINDA HOJE, ÀS 17 HORAS NA PRAÇA DO CAIS, NO CENTRO DE ANGRA.

8 de agosto de 2011

COM AUTORIDADE!


Autoridade não se rouba, não se surrupia, não se arranca ou se toma. A autoridade é conquistada.
Não é conquistada pela força, pela mentira, pela dissimulação ou pelo autoritarismo.
A autoridade é conquistada pelo respeito. No jogo de domingo o Botafogo demonstrou na prática o que é autoridade.
O adversário entendendo isso se submeteu à autoridade alvinegra.
Acho que nunca presenciei uma partida entre dois grandes clubes em que a impossibilidade de reação se demonstrou tão clara e acachapantemente.
O Botafogo se impôs do início ao fim do jogo. Ao Vasco coube a dignidade de evitar o pior.
O meu amigo Josimar sugeriu a manchete para os jornais da segunda-feira: Fogão de quatro bocas frita o bacalhau. Jocosa mas categórica.
Jefferson, Cortês, Renato, Loco e cia fizeram mais soberbos no presente os já orgulhosos de seu passado os botafoguenses. Mais que nunca o desfile de camisas alvinegras embelezaram as ruas. As congratulações vinham de todos os lados. Até mesmo os vascaínos nos felicitaram, reconhecendo a maestria com a qual foram derrotados.
Resta ao Glorioso a regularidade de um verdadeiro campeão para sonharmos com o título. O jogo de domingo suscita sonhos mais altos.

COM AUTORIDADE!


Autoridade não se rouba, não se surrupia, não se arranca ou se toma. A autoridade é conquistada.
Não é conquistada pela força, pela mentira, pela dissimulação ou pelo autoritarismo.
A autoridade é conquistada pelo respeito. No jogo de domingo o Botafogo demonstrou na prática o que é autoridade.
O adversário entendendo isso se submeteu à autoridade alvinegra.
Acho que nunca presenciei uma partida entre dois grandes clubes em que a impossibilidade de reação se demonstrou tão clara e acachapantemente.
O Botafogo se impôs do início ao fim do jogo. Ao Vasco coube a dignidade de evitar o pior.
O meu amigo Josimar sugeriu a manchete para os jornais da segunda-feira: Fogão de quatro bocas frita o bacalhau. Jocosa mas categórica.
Jefferson, Cortês, Renato, Loco e cia fizeram mais soberbos no presente os já orgulhosos de seu passado os botafoguenses. Mais que nunca o desfile de camisas alvinegras embelezaram as ruas. As congratulações vinham de todos os lados. Até mesmo os vascaínos nos felicitaram, reconhecendo a maestria com a qual foram derrotados.
Resta ao Glorioso a regularidade de um verdadeiro campeão para sonharmos com o título. O jogo de domingo suscita sonhos mais altos.

2 de agosto de 2011

OBAMA É O NEGRO QUE O RACISTA GOSTA!

O fim da segunda guerra mundial, em que os comunistas tiveram peso crucial na derrota do nazi-fascismo, criou uma conjuntura propensa ao avanço das forças populares em todo mundo.
A essa ofensiva da simpatia popular ao comunismo a burguesia instituiu a “Guerra Fria”. Esse movimento desembocou em impiedosas ditaduras, principalmente na América Latina.
Naquele momento era imprescindível esmagar qualquer possibilidade de organização e avanço de políticas que mesmo reformistas pudessem criar “novas Cubas” no continente.
Organizações esmagadas, organismos de classe pelegos e fantoches e milhares de militantes mortos depois, verifica-se a tomada/retomada de vários governos de “esquerda”.
No Brasil, o advento do governo FHC (ex-“exilado”) inicia um processo de retirada de direitos dos trabalhadores e concomitante doação do patrimônio público aos grandes capitalistas (sobretudo banqueiros). Esse processo recrudesce com o acesso do ex-metalúrgico Lula ao planalto. Ele mesmo que a burguesia tratava em 1989 como um novo Fidel.
Lula não só mantém a política anterior como a aprofunda. Faz a Reforma da Previdência que nem FHC teve forças para fazer.
Recentemente testemunhamos o que parecia somente coisa de cinema catástrofe, a ascensão de um presidente negro nos EUA (catástrofe, pois quase sempre quando o mundo vai acabar em algum filme, o presidente estadunidense é negro).
Para grande parte da população americana e mundial (como foi para a brasileira a eleição de Lula), um presidente negro poderia redimir um país com um histórico racista, intervencionista, belicoso e imperialista. Pouco tempo se passou.
De concreto continuam as intervenções no Iraque e no Afeganistão, o auxílio bélico/econômico/político à estratégia genocida de Israel na Palestina.
Ontem mais uma constatação sobre a serviço de quem está Obama.
Mesmo contra seu próprio partido Obama aprovou na Câmara dos Deputados um corte de U$ 2,4 trilhões nos gastos públicos (saúde, educação, assistência social) e a possibilidade de contrair empréstimos para poder “honrar” seus compromissos com banqueiros especuladores.
Se no Brasil dizemos que “O PT é a esquerda que a direita gosta!” Sobre os EUA nada mais verdadeiro que as palavras do escritor paquistanês Tariq Ali “O império americano precisava desesperadamente de Obama!”.

17 de junho de 2011

ABAIXO ASSINADO CONTRA A MEDIDA PROVISÓRIA ESDRÚXULA!

Companheiros, a escabrosa medida provisória que proíbe os órgãos de fiscalização de divulgarem os gastos com obras da copa e olimpíada está tendo uma resposta. Um abaixo assinado está circulando pela internet denunciando o absurdo e cobrando medidas do congresso.O endereço é: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N11405

16 de junho de 2011

A GRANA VAI JORRAR! QUANTO? DILMA E CIA NÃO VÃO DIZER!

O governo PT/PMDB/PCdoB/PSB/PDT e outros Pês menos cotados, aprovaram ontem à noite na Câmara dos Deputados, uma Medida Provisória, curiosamente chamada Regime Diferenciado de Contratação (como se não tivéssemos acostumados as maracutaias com o dinheiro público). A Medida Provisória IMPEDE, isso mesmo, impede que informações sobre os preços das obras da copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 sejam divulgados pelos órgãos de controle do estado.
Todos já sabemos que as obras já estão superfaturadas e que com a proximidade dos eventos e o total atraso nas obras os preços subirão mais ainda. A reforma do Maracanã que a princípio pensava-se gastar mais ou menos 500 milhões já está cotada em mais que o dobro.
É público e notório o compromisso dos governos e de entidades como FIFA e COI com as grandes corporações. Querem construir elefantes brancos para enriquecer os grandes grupos capitalistas e garantir “gorjetas” polpudas aos dirigentes estatais e das entidades patrocinadoras dos eventos.
Mesmo governos, já especulam que estádios de Cuiabá, Brasília e Manaus (pelo menos) passada a Copa ficarão às moscas.
No Rio de Janeiro bombeiros e profissionais de educação lutam por salários um pouco menos indignos. Os funcionários de escolas estaduais não querem ganhar menos que um salário mínimo como acontece hoje. Enquanto isso Odebretch, Andrade Gutierres e outras mega empresas vão faturar bilhões. Agora não poderemos nem saber quanto. Só falta o governo nomear palocci, delúbio e zé dirceu para controlar essa torneira bilionária.

9 de junho de 2011

RESPOSTA À EPÍSTOLA DO LÍDER HIERÁRQUICO DA METRO IV AOS SUBALTERNOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS!

As escolas estaduais da Zona Oeste, receberam no dia 1° de junho, uma carta do Sr. Ricardo Morais, diretor “pedagógico” da Metropolitana IV, cobrando o lançamento de notas no Conexão Educação. Até aí nada demais.
É tarefa do capataz, cobrar o máximo e oferecer o mínimo. É tarefa do lambe-botas, apoiar a extrema exploração dos trabalhadores em troca de algum capilé. É tarefa do capitão-do-mato, defender o senhor e punir os escravos. Estamos acostumados.
O que causa espécie é a nova forma com que o cupincha do governo vem se reportar aos profissionais da educação.
Diz o senhor Ricardo, que o não lançamento das notas, que para ele é uma “obrigação”, “culminará com sua [do professor] própria desqualificação profissional”.
Assevera ainda o Sr. Ricardo (que diz ser concursado de 2004), que mesmo tão novo na rede já nos diz o que fazer com tanta empáfia, que é como nós, reles docente. Mas apesar disso é um de nossos “líderes hierárquicos”.
Não fala o senhor diretor “pedagógico” sobre a autonomia pedagógica, fundamental a nosso fazer cotidiano. Não cita o senhor Ricardo Morais, diretor “pedagógico” sobre a impossibilidade de exercemos nossa profissão com dignidade com 50/60 alunos em sala de aula (o que em dia de avaliação faz com que alunos sentem nos corredores). Não verbaliza o pau mandado, senhor Ricardo, diretor “pedagógico” da Metro IV, que hoje temos que preparar os alunos para diversas avaliações externas, numa pasteurização que faz inveja às sociedades mais fechadas e autoritárias.
Sr. Ricardo, volte para sua Universidade, leia os pedagogos comprometidos com a classe trabalhadora. Depois disso (e entendendo a educação como um ato político) opte pelo lado dos explorados e volte para sala de aula. Não se rebaixe, em troca de alguns caraminguás, à esse papel ridículo e vexatório.

5 de junho de 2011

PARA ACABAR COM A POBREZA? MATEM OS POBRES!

PARA ACABAR COM A POBREZA? MATEM OS POBRES!

Parecia que eu estava lendo um panfleto nazista ou eugenista do século passado (não que eu já tenha lido um), mas era no jornal “ogrobo” mesmo.
Em editorial publicado ontem, o jornal da elite brasileira, mais uma vez confirma o que já temos denunciado há tempos: um dos grandes inimigos hoje em dia das classes dominantes é a população pobre. O outro é o movimento popular organizado.
Analisando o novo programa do governo Dilma “Brasil sem miséria”, o jornal anuncia 16 milhões de brasileiros vivendo ainda em extrema pobreza. Até aí nenhuma novidade, já estamos acostumados a ler sobre esses índices cavernosos quando se trata das mazelas brasileiras, o novo anacronismo “grobal” se é que isso pode existir, está no fato do editorial dizer que o programa só poderia vingar caso associado fosse com um programa de planejamento familiar.
Muitos poderão argumentar que um programa de planejamento familiar num país como os nosso é fundamental. O jornal, resume-se contudo, a discutir o tamanho das “proles” das camadas a serem beneficiadas pelo programa, que para ele é o grande propulsor da pobreza. Planejar, para o guardião da “moral e dos bons costumes” não significa ter total domínio sobre sua vida, mas diminuir a quantidade de filhos que um pobre possa ter.
Não é a mais absurda concentração de renda e a extrema exploração a que estamos submetidos, os causadores da pobreza do nosso povo.
Não são os séculos de discriminação racial, a expulsão do pequeno camponês de suas terras, a maior concentração de terra que se tem notícia no mundo os alavancadores da miséria de nossa população.
Para acabar com a pobreza basta matar os pobres. Basta reeditar a política de afogar os pobres no rio da Guarda.
O editorial termina com a frase: “MAS a pobreza e a miséria têm mesmo de ser atacadas.” Mais sensato seria: o pobre e o miserável têm mesmo de ser atacados.
Faria mais sentido, pois hoje quem mais põe em risco a estabilidade do sistema são os pobres.

1 de junho de 2011

INFORMES DO XIII CONGRESSO ORDINÁRIO DO SEPE-RJ

De 26 a 28 de maio aconteceu o XIII Congresso Ordinário do SEPE-RJ.
Com mais de 1200 delegados credenciados, o Congresso discutiu uma pauta voltada para o momento político atual e os rumos da educação em nosso país, tendo como chamada “Escola não é fábrica, aluno não é mercadoria, educação não é negócio. Contra a meritocracia e a produtividade na educação!”
No primeiro dia, além das homenagens, credenciamento e apresentações artístico-culturais, tivemos uma mesa sobre políticas educacionais, onde foi denunciado o descaso dos diversos governos para com a educação pública e a tendência neoliberal da privatização do ensino, assim como o incentivo à meritocracia, onde a prioridade está nas avaliações externas associadas aos orçamentos, financiamentos e remuneração dos profissionais da educação.
À noite em uma mesa sobre violência, discutiu-se a grave associação entre violência na escola e desvalorização profissional, que vai da baixa remuneração à precarização da mão-de-obra.
No dia 27 tivemos pela manhã uma mesa de conjuntura e à tarde outra sobre concepção sindical e reorganização do movimento sindical. Na discussão de conjuntura sentiu-se a falta do professor Daniel Aarão Reis, talvez por sentir-se constrangido por ter ajudado o governo federal a construir o sindicato paralelo ao Andes-SN. Os outros palestrantes deram conta do recado, principalmente o professor Roberto Leher.
Na mesa de reorganização sindical referendou-se a necessidade premente de reunificação da CSP-Conlutas e Intersindical e que o momento político atravessado pelo país não permite a pulverização do movimento. Na própria 6ª feira tivemos a defesa das 11 teses gerais apresentadas ao Congresso e logo após a discussão da pauta em grupos de trabalho.
No sábado aconteceu a Plenária Final para aprovação das propostas trazidas dos grupos.
Nas votações mais polêmicas aprovou-se a continuação de nossa entidade fora da CNTE, a limitação aos filiados em concorrerem a apenas duas instâncias dirigentes concomitantemente (hoje não há limite, chegando-se ao cúmulo de candidatos concorrendo pelo SEPE Central e mais 6 núcleos/regionais), manutenção do fundo de 4% para a reorganização do movimento sindical e popular até a unificação, manutenção da eleição proporcional sem cláusula de barreira.
O maior Congresso da história de nosso sindicato contou com muita discussão política, pluralidade de opiniões e ampla exposição de idéias, comprovando mais uma vez ser o SEPE-RJ um dos mais (senão o mais) democrático sindicato do Brasil.
O XIII Congresso do SEPE-RJ reafirmou mais uma vez, que a direita sindical e o neo-peleguismo do PT/PCdoB ainda estão longe de se configurar uma ameaça à combatividade de nossa entidade.

17 de maio de 2011

HOMENAGEM À ENCICLOPÉDIA!

Em homenagem ao aniversário de 86 anos de vida de Nilton Santos, ocorrido ontem, e que por isso mesmo é considerado o dia do BOTAFOGO, reposto (não sei se esse termo existe) uma resenha da autobiografia do monstro sagrado, que li em dezembro do ano passado.

RESENHA
“Minha Bola, Minha Vida” – Nilton Santos- ED. GRYPHUS- 1999
Terminei de ler recentemente a auto-biografia de Nilton Santos “Minha Bola, Minha Vida”.
Afora as maravilhosas passagens em que tornou-se bi-campeão mundial com a seleção brasileira, a vida da “Enciclopédia do Futebol” transcorreu sem as grandes polêmicas e sobressaltos da maioria das grandes celebridades, inclusive futebolísticas, vide Garrincha, Heleno de Freitas e tantas outras personagens controversas.
Mas é a simplicidade que faz com que a leitura flua com leveza e frua de nossa atenção como poucos textos dentre as normalmente enfadonhas biografias.
Nilton fala de sua infância pobre, como pobre éramos quase todos, felizes, sem grandes provações e sem o consumismo das crianças de hoje. A bola de meia, era inteiramente amiga de Nilton, de Cândido e Binininho, fundadores do Fumo, time de várzea da Praia das Flexeiras, na Ilha do Governador no qual debutou Nilton Santos.
Fala de suas amizades com jornalistas como Sandro Moreira, Armando Nogueira, de “personalidades” como Neném Prancha, eterno “filósofo” alvinegro.
O livro conta das amizades com outros jogadores, principalmente Garrincha, seu compadre, com quem conviveu até pós-enterro. Transcreve diálogos e tiradas do craque das pernas tortas como quando Garrincha diz que jogar na seleção é igual a jogar no Botafogo, tal a quantidade de jogadores alvi-negros envergando a amarelinha.
“Meus alunos da “Escolinha de Futebol Nilton Santos”, em Brasília, quando falo e passo filmes do Mané, eles não acreditam, acham que é montagem.
Nilton Santos idolatra o dirigente Carlito Rocha, verdadeiro apaixonado pelo Botafogo, que foi à falência por dar dinheiro seu ao clube, que tratava seus jogadores como filhos e vivia a vida do clube como nenhum outro, como nenhum outro também em suas supertições.
A Enciclopédia relata os acontecimentos das copas em que participou, de 50 no Maracanazo, isenta Barbosa, goleiro execrado por ter tomado o segundo gol uruguaio. Para Nilton Santos, o verdadeiro responsável pelo gol de Varella teria sido Juvenal, beque de área que deveria cobrir Bigode, lateral driblado quase no meio campo.
Nessa Copa do Mundo o já craque Nilton Santos não jogou um só jogo, já sabia, Flávio Costa, o todo poderoso técnico da seleção à época gostava do “zagueiro zagueiro”, disse inclusive que a chuteira do maior lateral esquerdo do mundo de todos os tempos tinha o “bico muito mole”.
Dois fatos aparecem com relevo nos relatos sobre a Copa de 54. O primeiro a quantidade de compras efetuada pela delegação, que causou receio inclusive sobre as possibilidades de prejuízo ao vôo de volta ao Brasil. O segundo fato diz respeito ao total desconhecimento do regulamento por parte da delegação brasileira. No jogo contra a Iuguslávia um empate bastava a ambos, enquanto o adversário passava a bola fazendo o tempo passar no empate em 1 a 1, o Brasil corria desembestadamente atrás do gol da vitória, para desespero dos europeus, que gesticulavam tentando mostrar que aquele resultado beneficiava aos dois times.
Após o empate, os brasileiros cabisbaixos só ficaram sabendo da classificação à próxima fase tarde da noite no hotel.
Em 58 finalmente o título, Nilton Santos consagrado como uma unanimidade, Pelé aparecendo para o mundo e Garrincha assombrando a todos.
Em 62 a consagração e a confirmação de uma geração de ouro do futebol mundial com o Botafogo à cabeceira. Pode-se dizer que o Botafogo ganhou aquela Copa sozinho, pois Garrincha e Amarildo jogaram por eles e por Pelé, que esperava-se ser a grande sensação daquela Copa.
Nilton Santos discorre sobre “treinadores e treineiros”, entre os primeiros cita Zezé Moreira, Vicente Feola, Aymoré Moreira, João Saldanha e Paulo Amaral.
Como treineiro cita Gentil Cardoso, “malandro [...] só gostava dos jogadores que tinham mais nome dentro dos clubes, que eram da seleção. [...] humilhava muito os reservas.”
Nesse mesmo capítulo fala de árbitros e de sua polêmica com Armando Marques.
Num jogo entre Botafogo e Corinthians, no Pacaembu, o dito árbitro marcou um pênalti inexistente, Nilton foi reclamar e “Ele, todo nervosinho, veio falar comigo e colocou o dedo na minha cara. [...] dei-lhe uma porrada.” Nilton Santos justifica: “Já pensaram, eu chegando em casa, ele [meu filho] me cobrando uma atitude...”
Nilton fala ainda dos maiores jogadores que viu jogar, de sua carreira como treinador de futebol e sua experiência com escolinhas de futebol pelo país afora, como no Rio, em Brasília e Campo Grande-MS.
Essa experiência é para a velha Enciclopédia do Futebol uma das mais gratificantes de sua vida.
O livro se encerra com um registro de todos os jogos de Nilton Santos e com fotos de enorme valor histórico do maior lateral esquerdo de todos os tempos, que certa feita arrancou o seguinte comentário de Nestor Rossi, técnico do River Plate, após um primeiro tempo em que Garrincha massacrara Vairo, lateral do alvi-rubro e da seleção portenhos: “[Vairo] Você está vendo aquele jogador ali? Mostrava em direção a mim, estava de uniforme limpo, meias em cima, tranqüilo caminhando para o vestiário – Pois é, ele é o Nilton Santos, é lateral como você. Vá lá perto, passe a mão na perna dele para ver se você melhora. Ali naquelas pernas está o futebol de todos os beques do mundo.”
Espero que todos que tenham lido esta resumo se apeteçam a ler este livro, mais uma página brilhante de nosso futebol e do Glorioso Botafogo!

10 de maio de 2011

ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS!

Meu texto nada tem a ver com cristianismo e está longe da metafísica.
Para a maioria das pessoas, inclusive as intelectualizadas, o futebol é apenas um esporte e mesmo tão mercantilizado não passa no máximo de um espetáculo justamente lucrativo e que escusamente só é utilizado para enriquecer alguns.
A imprensa já publica com muita freqüência e quantidade os casos de roubo, enriquecimento ilícito e falcatruas diversas, normalmente tendo como tema, dinheiro que esse ou aquele tenha amealhado de modo fraudulento.
O que o grande público não tem acesso e por ser um produto que vende também jornais, propagandas na TV, dividendos aos empresários, não faria o mínimo sentido que quem tanto lucra com o futebol, fosse portador de notícias tão desnorteadoras.
O fato é que sendo um grande mobilizador de massas, o futebol tem seu papel político e ideológico nada difundido e veiculado na mídia e pouco estudado na academia. Os parcos trabalhos não tem a difusão que merecem.
Cabe aos grandes times de massa, principalmente Flamengo e Corinthians (sozinhos somam quase metade da população brasileira) servirem como válvula de escape aos anseios reprimidos, às necessidades negadas da grande massa explorada de nossa população. A paixão é exacerbada ao extremo, o que deveria ser entretenimento inofensivo é uma grande forma de desviar o olhar dos verdadeiros problemas que tanto afligem nosso povo mais pobre.
Perdemos no salário, na saúde, na educação, mas ganhamos quando nosso time ganha. Ganhamos com ele, somos ele.
Se podemos ser vitoriosos, não o seremos na luta coletiva, em nossos sindicatos e partidos, mas quando nos miramos nos atletas milionários (menos de 1% dos jogadores profissionais), única via para “vencer na vida” para milhões de jovens e seus familiares. Quando não somos o protagonista em campo, o somos na torcida, seja no estádio (coisa para poucos) seja vidrado em milhões de televisores espalhados por cada casebre do país.
Mas como a classe dominante não se contenta em dominar apenas pela ideologia, domina também coercitivamente.
Recentemente durante o carnaval, a banda que animava o baile popular em Conceição de Jacareí foi impedida de tocar os hinos de outros clubes de futebol, que não fosse o do Flamengo. Nas escolas de periferia, as crianças são ridicularizadas e até perseguidas se não torcerem para esse time e assim sucessivamente.
Torcedores, atletas e dirigentes se sentem acima do bem e do mal por se dizerem desse time.
Hoje mais um episódio de intolerância no jogo de basquetebol envolvendo o time de Franca e Flamengo. Um atleta de Franca pressionado pela marcação adversária, finta com uma bola por entre as pernas de um oponente e eis que uma luta campal é iniciada por atletas do clube carioca.
Não é fato isolado. Há uns dois anos um atleta desse mesmo clube partiu para cima do atleta Maicosuel do Botafogo por esse tê-lo driblado, se achando no direito de determinar a forma como um adversário deve se portar em campo.
Recentemente o chefe da arbitragem carioca afirmou que era contra o uso do replay nas partidas para dirimir dúvidas entre os árbitros, argumentando que o que poderia acontecer se um gol do Flamengo fosse anulado com o uso dessa tecnologia.
O nazismo, a intolerância, a prepotência perigosa estão presentes nos desdobramentos do futebol brasileiro. Estão no meio de nós!

7 de maio de 2011

ELE VOLTOU!

Em meio à notícias tenebrosas sobre o Botafogo, pelo menos um alento: Maicosuel voltou!
Voltou em grande estilo. Se aconteceu em amistoso, sem muita cobrança, voltou.
Marcou um golaço, digno de Maicosuel.
Que esse amistoso, esse golaço, esses poucos minutos em campo, esse choro emocionado de verdadeiro botafoguense sejam o prenúncio de dias melhores.
Veja o golaço!

6 de maio de 2011

FAÇA O QUE EU MANDO, NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO!

É impressionante a desfaçatez com que o governo estadunidense e a grande mídia internacional (inclusive a do Brasil) noticiam assassinatos, de homens, mulheres e crianças nos quatro cantos do mundo: Iraque, Líbia e Afeganistão, para citar os casos mais recentes, cometidos pelos EUA, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
No assassinato de Osama Bin Laden eles se superaram.
Nenhuma linha, palavra ou imagem em desacordo com os procedimentos assumidos pelos EUA. Ao contrário, os heróis, em uma cinematográfica ação, livraram o mundo do maior dos malfeitores, o inimigo público número um, um bandido capaz de desestabilizar econômica e politicamente todo o mundo.
Nenhuma palavra sobre o estímulo dado pelos próprios EUA à preparação militar da Al Kaeda, assim como já havia feito com Saddam Hussein, nenhuma palavra sobre o apoio financeiro e militar aos talibãs. Sujeira jogada para baixo do tapete.
Mas o maior assombro veio com a veiculação da notícia de que para “arrancar” a delação do esconderijo de Osama, o governo estadunidense se utilizou de tortura aos prisioneiros de Guantánamo.
Assombro para os que acham que tortura é crime hediondo. Para quem acha que todos merecem um julgamento justo, para quem acha que INVADIR um país soberano é como uma declaração de guerra.
Para os “lambe-botas” da grande mídia (a rede grobo à frente), tudo normal. Renato Machado quase sorriu quando deu a notícia da tortura.

28 de abril de 2011

MAIS UMA DO METRÔ! SÓ DO METRÔ??

Mais um fato chocante nos chega pelas câmeras de TV envolvendo o Metrô.
Além dos vagões lotados, atrasos, apagões, trânsito sem maquinista, nos choca a cena de agressão gratuita contra um passageiro, não aleatoriamente negro, acusado de ter pulado a roleta e ter tentado viajar sem pagar a passagem.
A grobo, que veiculou as cenas, entrevistou várias pessoas e todas indignadas insistiam que se tratava de falta de preparo dos seguranças da empresa no lidar com os passageiros. Alguns entrevistados reclamaram sensibilidade do “capitão do mato”.
A empresa se desculpou publicamente e disse que o “capataz” já havia sido afastado do trabalho.
Ao senso comum tudo não passa de um culpado individual e para a empresa um caso isolado.
Nada mais falso.
O estado brasileiro, capitalista, diga-se de passagem, tem nos últimos tempos aumentado os níveis de violência institucional, que vem sido denunciado pelo movimento sindical e popular, mas que estimulado pelos meios de comunicação de massas ganha repercussão entre a população, principalmente as camadas mais populares.
A criminalização dos movimentos populares, com prisão de manifestantes (vide o episódio da visita do Obama) e repressão violenta à manifestações (vide episódio da bomba nas escadarias da ALERJ em 2009) tem tentado impedir a livre manifestação popular de caráter classista e de oposição aos governos.
Os pobres, seja em suas manifestações reivindicatórias, seja nos deslocamentos para vender sua força de trabalho,seja em suas manifestações culturais, são vistos como marginais e bandidos, inimigos pois do "status quo".
É, logicamente, uma política pensada e acordada pelos ideólogos do capitalismo brasileiro no embate travado todos os dias na sociedade de classes em que vivemos.

19 de abril de 2011

Dia de cão no Rocha Faria!

Sofri um acidente hoje pela manhã.
Ao descer da van que me levava até o trevo de Santa Cruz para pegar o ônibus para Conceição de Jacareí, pisei em falso e torci o tornozelo. Meu pé ficou deformado, não conseguia mudar a posição do pé que estava aduzido ao extremo.
Uma passageira desceu da van e ficou me fazendo companhia até a chegada dos bombeiros da SAMU.
Fui levado ao Rocha Faria, fui muito bem atendido, o médico que me atendeu fez a redução da luxação, fiz uma radiografia que constatou que não havia fratura.
O que me chamou a atenção foi a quantidade de gente em camas improvisadas pelos corredores do Hospital. Parecia que estávamos num daqueles filmes de guerra onde existem muitos feridos e os leitos são insuficientes para atender a todos dignamente.
Como pode um governo gastar 1,2 bilhões de reais na reforma do Maracanã, outros tantos bilhões para preparar alojamentos, instalações esportivas para as Olimpíadas e manter um hospital público que atende toda a população da grande Campo Grande e grande Santa Cruz naquela precária condição.
Fui atendido bem rápido pois estava com o pessoal da SAMU, que me acompanhou em todos os procedimentos.
Pacientes se aglomeravam por todos os lados para serem atendidos, dezenas de doentes pelos corredores.
Quando saí do Hospital percebi que logo ali adiante, perto da Sendas, se erguera mais um suntuoso hospital particular.
No Rocha Faria, muitos funcionários contratados, serviços terceirizados, falta de um tipo de atadura com gesso para fazer a minha imobilização.
Tudo isso parece planejado. A cada dia mais hospitais particulares, mais gente pulando para os planos de saúde, enquanto a população mais pobre sofre nas filas e corredores.

17 de abril de 2011

DO CAOS, DE QUEM É A CULPA?! ou de como a educação pública municipal se tornou tão caótica!

No início dos anos 90, com as privatizações nos governos Itamar e FHC, introduziu-se no Brasil um conceito novo ao movimento popular e sindical, tratava-se do neoliberalismo.
Naquela época, apesar das privatizações de empresas como CSN e Usiminas entre outras, à população de um modo geral e à nossa categoria especificamente (aparentemente não estávamos no olho do furacão, como metalúrgicos e ferroviários, por exemplo) soava “forçação” de barra de uma esquerda ultra radicalizada a utilização de conceitos como neoliberalismo e globalização, principalmente quando com o fim do socialismo real, ideólogos do capitalismo preconizaram exaustivamente que a história teria chegado ao seu fim com o capitalismo eterno.
Passados quase 20 anos é muito mais palpável para nossa categoria, entendermos o conceito de uma nova roupagem com que se traveste a sociedade das mercadorias.
Ao mesmo tempo em que o estado brasileiro ia se desfazendo (a troco de banana ou de papéis podres) de grandes empresas que impulsionaram o capitalismo tupiniquim, ia também diminuindo a oferta de serviços públicos à população.
Hoje o que vemos é a face mais perversa desse modelo, mesmo a pouca verba aplicada nesses serviços, notadamente na educação, tem uma grande fatia destinada à iniciativa privada.
Nessa linha temos uma enxurrada de projetos na rede municipal do Rio de Janeiro (é possível que nem a própria secretária conheça todos) que tem por finalidade precípua o desvio de verbas públicas para a “privada”.
Se há alguns anos tínhamos o servente fazendo a limpeza dos pátios e salas, passamos a ter logo depois as “cooperativas”, que faliam vez por outra, deixando seus trabalhadores precários, com uma mão na frente e outra atrás, hoje a Comlurb toma para si essa tarefa.
Se as quase extintas merendeiras preparavam as refeições e educavam com noções de higiene e postura adequada durante as refeições os nossos alunos, hoje novamente a Comlurb se arvora ao papel daquelas funcionárias concursadas.
A prefeitura quando não privatiza, como nos dois exemplos acima, simplesmente extingue cargos, como o artífice, porteiro, agente de pessoal, orientador pedagógico, orientador educacional, coordenador de turno...
No final de 2010 a carência de pessoal era enorme. Já naquela época o abandono da carreira, seja por baixos salários, seja por péssimas condições de trabalho, seja pela falta de autonomia pedagógica (ou então por tudo isso junto) fazia com que o déficit de PI chegasse a quase 8500 professores, o de PII por volta dos 6000, carecia a rede de 3.800 merendeiras, 1600 agentes educadores, 5600 serventes 1600 agentes administrativos, 1300 agentes auxiliares de creche e no mínimo 2700 agentes de portaria.
Se do ponto de vista econômico (transferência de verba pública para a “privada”) sofremos um grande golpe do capital, do ponto de vista pedagógico a pancada não foi menos dolorosa. A imposição de “metodologias” criticadas e retrógradas (Alfa e Beto, Ginásio Carioca, etc.) e a premiação por metas são faces de uma mesma moeda que preconiza a meritocracia e o currículo “sub-mínimo” (que no caso do Rio de Janeiro se transforma em máximo).
Chagamos ao cúmulo da SME elaborar simulado à nefanda prova Brasil, institucionalizando o reinado da avaliação externa pasteurizada e pasteurizadora, como se possível fosse homogeinizar realidades tão distintas desse continente brasileiro.
A quem atingir índices pré-estabelecidos, 14º, 14 salário e meio, a quem não atingir, menos verbas e mais intervenção.
A preocupação com índices faz com que a prefeitura esqueça das pessoas e vislumbre só números, a menos que esses números sejam em favor da educação pública, como prova a condenação da prefeitura pela 1ª Vara da Infância a devolver 2,18 bilhões de reais a educação municipal. O desleixo para com os números se torna patente também quando se trata dos baixos salários pagos à categoria. Nos últimos 4 anos a participação dos salários dos servidores nas despesas da municipalidade caiu de 50 para 42%, se levarmos em consideração que sempre temos os menores reajustes do funcionalismo é fácil perceber quão defasados estão nossos salários. Os 21% que exigimos em nossa campanha salarial minimizam emergencialmente nossas perdas, mas é só compararmos nossos vencimentos com os de municípios menores e mais pobres para constatarmos que ainda precisamos de muita luta e organização para atingirmos um patamar salarial minimamente justo.
Não podemos esquecer que também precisamos implementar nosso Plano de Carreira Unificado, há muito aprovado pela Câmara e nunca respeitado pelos diversos governos.
Todo esse quadro faz com que os profissionais da educação da cidade do Rio de Janeiro adoeçam mais e em maior intensidade, Síndrome de Burnout, Síndrome do Pânico, alergias, tendinites, problemas vocais, problemas de coluna, são algumas das afecções típicas de nossa categoria. A escola pública da cidade do Rio de Janeiro adoece e também mata.
A violência tem levado ao desespero, profissionais, alunos e responsáveis. A morte dentro de sala de aula do aluno Wesley no ano passado, assaltos, depredações, violência física e psicológica sofrida por professores e funcionários tem para nós uma matriz geradora, o descaso da prefeitura em primeira instância, mas também dos governos estadual e federal.
A falta de pessoal, a falta de infra-estrutura, as salas super-lotadas, os baixos salários, são alguns dos motivos que fragilizaram de tal forma essa rede que a violência instalada deverá ser enfrentada e denunciada, mas mais ainda temos de mostrar à sociedade quem são seus verdadeiros semeadores.

10 de abril de 2011

SOBRE A TRAGÉDIA DE REALENGO.

Em meio a consternação geral com a tragédia ocorrida no dia 7 em Realengo em que como dirigente sindical tivemos tarefas de solidariedade e denúncia sobre o descaso das "autoridades" para com a educação, posto a carta abaixo da professora Maíra Baczinski, de Niterói, que recebi por e.mail, e que em alguma medida reflete um sentimento que perpassa toda categoria.

"Tiros em Realengo.

Hoje, dia 7 de abril, a sensação que eu tive ao chegar na escola em
que trabalho às 7h da manhã era de que o dia seria longo. Ao longo da
manhã, inúmeras confusões, brigas, tumultos me fizeram achar que os
“demônios” estavam soltos. Mal sabia eu o que acontecia em outra
escola, não muito longe dali, do outro lado da cidade. Durante o
intervalo, escutei de uma funcionaria da escola que tinha acontecido
um acidente em uma escola em Realengo. Mas só pude realmente me
interar das noticias quando cheguei em casa.

Impossível descrever com palavras tudo que passou pela minha mente.
Sensações confusas, tristeza, muita tristeza, cansaço, e também
revolta, desilusão, desespero, solidão, agonia. Desconsolo, solidão.
Eu sozinha acompanhava aos prantos o noticiário local que dava plantão
sobre as ultimas informações ao vivo do lugar.

A primeira sensação era que poderia ter sido comigo. Poderia ter
acontecido ainda agora, na escola em que eu estava. Poderia ter sido
com o Andrei, um menino levado da 603 que quase tomou suspensão porque
bateu num coleguinha da turma. Poderia ter sido com a 802, uma turma
que eu gosto muito, cheia de alunos inteligentes e participativos, que
provocam discussões e questionamentos interessantes.

Poderia ter acontecido com outros colegas meus, amigos da faculdade ou
de profissão, que estão diariamente enfrentando a realidade escolar,
mesmo com todas as dificuldades, salários baixos, escolas longes,
falta de pilot pra escrever no quadro, falta de livro para os alunos,
alunos desinteressados, analfabetos funcionais, agressivos e mal
educados.

Não estou querendo colocar a culpa nos alunos não. Mas eles
infelizmente estão chegando assim na escola. Não conhecem a palavra
respeito. Conhecem muitos palavrões, xingamentos, adoram provocar uns
aos outros, xingar a mãe e o pai alheio, ou falar que alguém falou
sobre o pai de outro. Isso é tão comum que as vezes nem nos
incomodamos mais com esses pequenos incidentes, esses “disse-me-disse”
que perturbam a paz e provoca o que os especialistas chamam de bulling
e a meu ver é fofoca mesmo, essa coisa de controlar a vida alheia e
provocar até tirar o outro do sério.

Hoje, no terceiro tempo de aula, por volta das 9h, dois alunos
começaram a se provocar no meio da aula. Eu pedi silencio, e continuei
passando o dever no quadro. Quando me virei de costas, saíram se
batendo com chutes e pontapés. O meu impulso foi ir para o meio da
briga, (apesar de os especialistas sugerirem que os professores se
afastem) e como eram pequenos, consegui segura-los. Assim que separei
os dois, o Luiz Carlos, um garoto de 12 anos e 1,20m começou a
implorar: “por favor professora, não me suspende, por favor, por
favor!”, muito insistente e quase chorando, me prometendo que não ia
mais fazer isso.

Nesse momento, a descontrolada era eu. Fiquei muito nervosa com a
situação, não sabia o que fazer. Não podia deixar o acontecimento
passar impunemente, mas também não podia deixar de me comover com
aquele toco de gente implorando para não ser punido, muito mais vítima
da violência do que o seu provocador. Segurei as lágrimas para não
chorar ali, na frente da turma, e logo em seguida fui para o banheiro,
os dois desceram para a orientação educacional.

Eu, que deveria ser o exemplo, a representante das boas ações, daquilo
que é certo, eu que passei mais de 20 anos estudando, me preparando
para o ofício, simplesmente não sabia o que fazer. Os anos da
faculdade, a quantidade absurda de conteúdos relacionados a seres
vivos, células, artrópodes, genética, vegetais, nada daquilo me era
útil naquele momento. Mesmo as matérias da educação, como sociologia,
psicologia, filosofia nem de longe tocaram em algum conteúdo que me
ajudasse a tomar alguma providencia naquela situação. Até o mestrado
em Ensino de Ciências e Saúde não me ajudou. Anos de estudo jogados no
lixo, é esse meu pensamento. Mal sabia eu o que estava acontecendo em
Realengo naquele mesmo momento, e que isso que eu estava passando “não
era nada” em comparação com a escola Tasso de Silveira.

Lembrei depois também da prova do concurso, que só avaliou
conhecimentos teóricos sobre essas matérias, e também dos exames
médicos e psicológicos que tive que passar para assumir o cargo. Em
nenhum desses momentos me informaram sobre como lidar com a violência
ou me avaliar se eu estava preparada para agir quando acontecesse na
minha frente. E, no entanto, como professora de ensino fundamental do
estado do RJ posso relatar inúmeros casos de violência e agressão que
ocorrem diariamente nos corredores e espaços mediadores da escola,
dentro dela ou nas proximidades. Os palavrões, xingamentos,
provocações, depredação do espaço e do material dos próprios alunos,
são ocorrências diárias dos espaços escolares públicos do RJ. É
impossível dizer exatamente quando foi que isso tudo começou para
acabar com a tragédia de hoje. Mas também seria muito ingênuo
acreditar que isso nunca aconteceria. É que a gente não gosta de
alimentar os maus pensamentos, e fica acreditando que “isso não vai
acontecer”, sem plantar as sementinhas no presente, no aqui agora. E
aí o pensamento positivo não faz milagre sozinho. Enquanto a violência
for ignorada e omitida nas escolas, ela se perpetuará e se dissipará
em níveis que preferimos não imaginar. Como essa tragédia de hoje.

E nós até podemos refletir sobre as condições das escolas de hoje no
Rio. Podemos e numerar os problemas. Falta infra-estrutura. As escolas
não têm carteiras para todos os alunos, e muitas turmas são
aglomeradas em salas muito cheias. Falta material, equipamentos e às
vezes, falta até telha e chove na sala de aula, como presenciei uma
vez, dando aula. Faltam professores e funcionários no quadro regular
das escolas, sobrecarregando os que estão ali trabalhando com turmas
superlotadas, ou acumulo de funções, impossibilitando um bom trabalho.

O nosso governo estadual tem a cara de pau de pagar R$ 680 líquidos de
piso salarial para os professores. Só para comparar, qualquer
atendente de telemarketing ganha mais do que isto, visto que recebe
além de um salário mínimo, cerca de 530 reais, mais vale transporte e
alimentação. Nós não recebemos esses auxílios.

Mas o mais grave não são esses dados. São as conseqüências para os
alunos: baixo rendimento, indisciplina, má formação dos alunos e
altos índices de evasão. As estatísticas apontam que cerca de 80% dos
estudantes de classe baixa evade antes da conclusão do ensino
fundamental. A avaliação do ensino vai de mal a pior, e índices como o
SAEB apontam o RJ com um dos piores resultados no ranking nacional.

Mas o x da questão perpassa a questão estadual. Atualmente a escola
não consegue formar ninguém, e mesmo quando forma, forma o que? Que
tipo de pessoas são formadas quando tem um bom rendimento escolar?
Será que a conclusão dos estudos conduz necessariamente a um futuro
digno, a uma profissão, a inclusão social, a um emprego e um salário
decente?

Provavelmente por isso, os alunos se inspiram em outros tipos de
"heróis", que estão longe de serem realmente uma boa saída. Por
exemplo, faz pouco tempo que aquele goleiro Bruno assassinou a
namorada de uma forma brutal. Essa é uma tragédia anunciada que deve
ser tida como o modelo daquilo que os nossos alunos/filhos admiram. O
sonho de qualquer garoto em idade escolar é se tornar jogador de
futebol e ganhar muito dinheiro (que nenhum professor pode sonhar em
ter). O sonho das garotas, por sua vez, é se tornar modelo/atriz, e,
na medida do possível, engravidar de alguém com condições financeiras
para sustentá-la para o resto da vida. Duas pessoas jovens, que ao
menos para os nossos padrões de “vida boa” teriam tudo para serem
felizes, gastarem seus dinheiros e criar o seu filho simplesmente
acabaram com suas vidas, mostrando que isso não é suficiente para o
final feliz . Esse outro crime tão cruel, revela simplesmente para
onde estamos encaminhando nossas crianças, uma vez que dentro da
escola elas não encontram referencias felizes, ou modelos de vida que
lhes inspirem (como os jogadores e modelos, que mesmo sem estudos,
conseguem muito mais dinheiro do que nós, pais e educadores, meros
mortais). Que tipo de sociedade estamos criando? Que modelos
oferecemos para nossos filhos/alunos? Em quem eles podem se inspirar?

Em se tratando de vida acadêmica, desde o ensino fundamental até as
pós-graduações, cada vez mais inclui-se conteúdos específicos,
aumentando o currículo. As escolas e universidades são avaliadas como
boas quando seus alunos passam por testes teóricos dificílimos, que
avaliam a aquisição de conteúdos. Mas não se discute como se tratar
de questões transdisciplinares, como respeito, cidadania, violência,
trabalho. Não se discute a diferença da quantidade de horas de aula de
cada disciplina, que gera um desequilíbrio, privilegiando algumas,
como ciências, português e matemática, e negligenciando outras tão
importantes quanto, como artes, sociologia, história e filosofia. Não
se discute as práticas, as maneiras de fazer, os métodos de ensino e
de avaliação. Apenas submete as pessoas a provas de raciocínio lógico
e extrai-se um índice baseado na média de acertos. Todos os
sentimentos, a auto estima, a violência, a tolerância, a amizade, o
ambiente, os sentimentos de pertencimento, a organização coletiva, a
mobilização e discussão de temas contemporâneos, tudo isso fica de
fora. De fora das avaliações e de fora das preocupações.

Obviamente os governantes se envergonharam desse índices, que andam
baixíssimos, e reunidos em seus gabinetes tomaram decisões, a meu ver,
equivocadas, para "solucionar o problema", sem consultar ou
compartilhar essa questão com os profissionais que pensam e atuam na
educação. Para eles, “solucionar o problema” parece se restringir a
melhorar os números das avaliações, e não refletir sobre o cotidiano
escolar e a base estrutural do problema. São remediações que podem até
forjar uma melhoria no algarismo do índice, mas que efetivamente não
contribuem para a melhoria do ensino.

Agora que um crime hediondo como esse, o Massacre da escola Tasso de
Silveira vêm a tona a única conseqüência desse descaso histórico com a
educação: o assassinato de 12 crianças e mais 11 vitimas em
atendimento, todos com menos de 14 anos.

Passado o choque provocado pela exploração do caso na mídia, é
preciso que as pessoas despertem para a gravidade do caso, não apenas
penalizando o autor dos disparos, mas sim alertando para o abandono
que a educação sofre no Rio de Janeiro e em todo país. A culpa
individual não soluciona em nada o problema, e seguir adiante sem
pensar em todas as facetas da educação que levaram a este episódio é
tapar o sol com a peneira e não observar com atenção a realidade em
que vivemos.

A escola é o lugar do conhecimento, de transformação, de formação de
cidadãos, de seres humanos. Todos passamos por ela, e esperamos que
nossos filhos, netos, amigos ali se formem, para se tornarem
professores, médicos, enfermeiros, advogados, enfim, profissionais e
cidadãos que atuem na sociedade, pela sociedade.

Quem já ligou a televisão antes das 11h da manhã e acompanhou a
programação infantil, deve perceber a quantidade de desenhos violentos
que são oferecidos diariamente para os pequenos. Não se mostra
referencias de paz, afeto, integridade, mas sim, de heróis mutantes,
superdotados, ou simplesmente ricos, lutando contra monstros, pessoas,
as vezes até países. Se formos falar dos filmes, então, mais uma
enxurrada de violência gratuita e valorizada, sequencias de mais de 10
minutos de tiros e efeitos especiais que transmitem a mensagem: “olha
como a violência é bela, que herói maravilhoso conseguiu matar um
exercito inteiro sozinho,” e permanecemos em silencio com nossos olhos
vidrados na tela esperando o final bem sucedido de um único
personagem. Não quero dizer que a televisão seja exclusivamente
culpada, mas que exerce uma influencia forte sobre os jovens, isso não
pode ser ignorado. Quem nunca saiu excitado de uma sessão de cinema,
com os “atos heróicos” vividos durante 1h30 de sangue e tiros? Quem
nunca se imaginou atirando na fila do banco ou detonando bombas para
encontrar uma vaga no estacionamento? A nossa cultura está cada vez
mais vazia de bons exemplos e valores, e cada vez mais perdida na
formação dos nossos sucessores, nossos filhos, netos, bisnetos.

Eu creio que isso é o pior: essa sensação de que não podemos fazer
nada, de que somos poucos e mortais diante do "sistema", da
organização geral e maior que rege todos os problemas. Temos que lutar
contra o medo, a inação e o conformismo, e catalizar esse sentimento
de frustração, revolta e inseguranças em ações para a melhoria das
escolas de nosso país.

Vamos discutir a educação, vamos pedir às autoridades que compreendam
que a educação é uma estrutura base crucial para o desenvolvimento da
nação, que não pode ser remediada com medidas superficiais e de curto
prazo. Precisamos de mais verbas para a educação, mais profissionais,
mais infra-estrutura, mais livros, mais amor.

Vamos fazer com que essas crianças nao tenham morrido a toa, vamos
impedir que mais inocentes sejam assassinados, nao apenas a tiros, mas
diariamente massacrados pela organização social a que pertencemos.

Professora Maíra Baczinski
Niteroi, 7 de abril de 2011."

25 de março de 2011

O saldo da visita do Obama

O primeiro presidente negro dos EUA deixa um saldo bastante negativo de sua visita ao Brasil.
Em princípio quebrou uma tradição que impunha que a uma visita americana ao Brasil, uma anterior brasileira tinha que ser realizada. As novidades param por aí.
Talvez nunca tenhamos visto tamanho aparato de segurança mobilizado para a visita de um chefe de estado ao Brasil.
No Rio de Janeiro, helicópteros sobrevoaram a cidade antes, durante e depois da visita, com uma intensidade sem precedentes. O fechamento do comércio e do trânsito nos arredores do Theatro Municipal só não se consolidou por completo graças a ação judicial promovida pelo Bar Amarelinho, verdadeiro símbolo da cidade, que dessa forma continuou funcionando. De resto parecia que estávamos em um país em guerra. A segurança exigiu inclusive que o metrô não circulasse entre as estações da Uruguaiana e Cinelândia.
Em Brasília, policiais federais brasileiros foram revistados por seguranças americanos, uma vergonha.
Antes da chegada de Obama ao Brasil, 13 manifestantes foram presos, acusados de terrorismo após ato público na porta do consulado americano no Rio, quando houve lançamento de coquetel molotov, acredita-se que por provocadores.
Os homens presos tiveram suas cabeças raspadas, incomunicáveis, num gravíssimo ataque às garantias individuais mínimas, mesmo em se tratando de um estado burguês como o brasileiro.
Em território brasileiro Obama comunica a invasão e bombardeio à Líbia, oficialmente até quarta-feira passada quase 100 civis já tinham sido mortos pelas forças da Otan.
Para o governo brasileiro e exportadores primários, a decepção em constatar que o fim do protecionismo não veio junto com Obama.
Ah! Já ia esquecendo, o Bar Amarelinho, que conseguiu liminar para continuar funcionando no dia da visita de Obama ao Rio, foi fechado anteontem pela Vigilância Sanitária.
Qualquer retaliação não é mera coincidência.

22 de janeiro de 2011

17 de janeiro de 2011

Artigo do Frigotto e outros sobre Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro

Plano de Metas da Educação do Rio de Janeiro: do economicismo ao cinismo

Gaudêncio Frigotto, Vânia da Motta, Zacarias Gama e Eveline Algebaile.

Em entrevista ao Globo News, o Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, na sexta-feira, dia 07.01.2011, anunciou as cinco frentes de trabalho para a educação pública ao longo dos próximos quatro anos. Em extensa matéria, sob o título Choque na Educação, o jornal O Globo (08.10.2011, p. 14) detalha estas medidas. Confessamos que ficamos estarrecidos pelo caráter economicista e tecnocrático, e pela superficialidade das medidas propostas.

As cinco frentes de trabalho apresentadas teriam como objetivo atacar as questões pedagógicas, o remanejamento de gastos, a rede física, o diagnóstico de problemas e os cuidados com os alunos.

As medidas mais destacadas, porém, foram a implantação de um regime meritocrático para a seleção de gestores; a realização de avaliações periódicas; o estabelecimento de metas de desempenho para balizar a concessão diferenciada de gratificações aos docentes; e a revisão das licenças dos 8 mil professores em tratamento de saúde. Ou seja, medidas que reforçam a ideia de que, no fim das contas, os profissionais da educação são os responsáveis pelos problemas educacionais, resumidos, por sua vez, aos baixos índices obtidos pela rede estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Um exemplo da lógica de suspeição aí implicada é a contratação de uma empresa privada para passar um pente fino nas licenças médicas, sinalizando um duplo pré-julgamento: aos profissionais de saúde que concederam a licença e aos próprios professores que buscaram atendimento. Por certo, há implícita uma meta de quantos destes não podem passar no pente fino e deverão, agora saudáveis e motivados, voltar às salas de aula.

Trata-se, portanto, de uma proposta que não vai ao fundamental e pega o pior atalho: premiar quem chega às metas, metas imediatistas, de lógica produtivista, que não incorporam medidas efetivas voltadas para uma educação pública de qualidade. A lógica subjacente à proposta, que já está sendo chamada de choque de gestão de administração, apenas trabalha com dois conceitos fundamentais: forçar o professorado a produzir um IDEB elevado, sem efetivamente melhorar as suas condições de trabalho, e baratear o custo da educação adotando, de imediato, a meta conservadora de economizar R$ 111 milhões dos gastos. Uma lógica tecnocrata que reconhece somente cálculos de custos e de benefícios, que vê as pessoas apenas como dados, destituídos de vontade e voz, indo de encontro às próprias bases ideológicas liberais e neoliberais que ainda consideravam o homem dotado de livre iniciativa, mesmo em sua forma de indivíduo, homo economicus.

O espantoso é que a Secretaria de Estado do Rio, com essa proposta, caminha visceralmente na contramão dos encaminhamentos concluídos nas reuniões da Conferência Nacional de Educação de 2010, do que foi acordado no novo Plano Nacional de Educação e do que vem sendo discutido no Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública, há poucos dias instalado por dezenas de entidades ligadas à educação, à cultura, aos movimentos sociais e às instituições de ensino e científicas do estado do Rio de Janeiro. Mais que isso, em total dissonância com a indicação que a Presidente da República, Dilma Rousseff, fez em seu discurso de posse, para enfrentar o problema da educação: reconhecer o professor como a autoridade pedagógica de fato e de direito.

Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens. (Dilma Rousseff, Discurso de posse, 01.01.2011).

Os debates e proposições aí implicados vêm afirmando insistentemente que não se fará educação de qualidade sem restituir às instituições plenas condições de funcionamento, tornando-as atrativas e adequadas ao bom aprendizado dos alunos; sem garantir, aos profissionais da educação, as condições de trabalho que favoreçam o efetivo exercício da autoria pedagógica e da atuação coletiva na construção do processo educativo escolar; sem dar sustentação a cada escola para que ela se torne o lugar de uma experiência participativa efetivamente capaz de ampliar seus sentidos como instituição pública.

Ignorando os acúmulos desse debate, a Secretaria aposta exatamente no seu contrário, impulsionando a estandardização da rede estadual, por meio da subordinação de sua organização e gestão pedagógica a critérios mercantis, e da sujeição de suas instituições e profissionais a relações de disputa e concorrência.

A estandardização da educação, dura e seriamente questionada hoje por vários setores da sociedade, camufla-se, comumente, por meio do discurso do mérito, do desempenho, da competência e da eficiência, omitindo a grave responsabilidade das próprias elites e do Estado, no Brasil, na longa história de produção reiterada de uma escola precária para a grande maioria da população. Caracteriza-se principalmente, no entanto, pelo estabelecimento de mecanismos padronizados capazes de operar o posicionamento diferenciado dos profissionais e das instituições, reiterando a produção desigual da escola por meio da sua suposta “modernização”.

A instituição de premiações, a contratação de empresas gestoras de processos, o estabelecimento de mecanismos de avaliação orientados para a produção de rankings, a instauração de regimes de trabalho que associam a concessão de gratificações diferenciadas à atuação de profissionais e instituições em processos concorrenciais semelhantes a gincanas são exemplos dos mecanismos que operam essa crescente diferenciação. Seus resultados são já bem conhecidos: a intensificação do estabelecimento de regimes e estatutos profissionais diferenciados; a desagregação do professorado em decorrência da instauração de relações concorrenciais entre professores e entre escolas; o não reconhecimento do professor como profissional capaz de dispor sobre o próprio trabalho; a subordinação da gestão educacional e da ação escolar a agentes externos não coadunados com os fins e a função pública da educação; a consolidação de padrões desiguais de formação escolar.

Sem situar o professorado no coração do processo de resgate da qualidade da educação fluminense, melhorando significativamente o seu salário, carreira docente e condições objetivas de trabalho, não há perspectiva real de alterar de fato o atual quadro da educação básica, como sublinhou, também, o ex-Ministro de Assuntos Estratégico, Samuel Pinheiro Guimarães, no Seminário organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ – Qual desenvolvimento e Educação e para que Sociedade? – e do qual o atual Secretário de Educação do Estado participou na abertura.

Recentemente, os Senadores Pedro Simon e Cristovam Buarque apresentaram Projeto de Lei pelo qual se estenderia o mesmo reajuste salarial aprovado para os Senadores, de 61,78%, para os professores da educação básica das escolas públicas. Os Senadores tomaram como referência a menor base do piso (não reconhecida pelas entidades que representam os professores, que era de R$ 1.024,00). Esse percentual de aumento representa, de fato, uma novidade, se considerarmos que os reajustes dos profissionais do campo das políticas públicas raramente se aproximaram das nababescas auto-concessões do legislativo e do judiciário. Deve-se, porém, observar que, aplicando aquele reajuste, o piso seria de R$ 1.656,62, 16,13 vezes menor que o salário pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13; o equivalente a 3 salários mínimos. Cabe lembrar aqui que os professores não tem o acréscimo de verba de representação para a compra de roupa, livros, correio, transporte, vale alimentação, etc. E, com certeza, o nível de escolaridade médio dos deputados e senadores não é diferente, talvez menor do que dos professores.

Perguntas de quem não quer calar-se perante o cinismo:

Por que não colocar o mesmo piso de 1.656,62 aos ministros, governadores, deputados, senadores, prefeitos, vereadores, judiciário, professores universitários, juízes, desembargadores, delegados, generais, etc. e estabelecer uma espécie de IDEB de cada função, com metas quantitativas, oferecendo ao final de cada ano mais três destes salários-base por produtividade?

Quem se candidataria a tão nobres funções por essa mixaria e com tal pressão e controle? Por que não, também, estipular este valor como margem máxima de lucro para os banqueiros e empresários? Já imaginaram?

Pois, senhores, estão oferecendo esta mixaria aos que cuidam da educação básica da maioria do povo brasileiro (a escola pública no segmento da educação básica – do ensino fundamental ao médio – atende mais de 80%dos estudantes), menos, certamente, dos filhos das profissões ou atividades, entre outras, listadas acima.

Os milhares de professores que atuam na educação pública brasileira podem ser tudo, menos idiotas. O que se está propondo no Estado do Rio de Janeiro e em muitos outros estados e municípios (entre os quais do Rio de Janeiro que se antecipou ao estado) resulta de opções tecnocratas, apoiadas na ideia de que a educação não é um direito social e subjetivo, mas um serviço, uma mercadoria e, por isso, como a define o Secretário, um “negócio falido” como qualquer outro. Nesse quadro, os docentes são tidos como meros entregadores dos pacotes de conteúdos previamente preparados por economistas, administradores, empresários... que se assumem como “autoridades em educação”.

Professores, pais, responsáveis, jovens e estudantes, unamo-nos às dezenas de entidades que instalaram em dezembro de 2010 o Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública no estado do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro próximo, na UERJ, para dizer alto e em bom som: não queremos ser idiotizados. Não reconhecemos essas medidas como legítimas, porque ignoram a história de luta da sociedade brasileira de quase um século pelo direito efetivo à educação pública de qualidade.

Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama e Eveline Algebaile são professores do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Vânia da Motta é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.